sexta-feira, 16 de abril de 2010
A PRESSÃO DA INGLATERRA CONTRA PORTUGAL - O INÍCIO DO FIM DA ESCRAVIDÃO
Os portugueses conquistaram a costa africana, com o apoio de alguns chefes tribais, e
deram início à captura de homens e mulheres para o trabalho escravo. Os negros capturados
vinham acorrentados em porões superlotados, úmidos e com pouca ventilação, pelo menos 40%
deles morriam durante o projeto. Ao desembarcarem no Brasil, os negros eram reunidos em
grandes galpões, e para serem vendidos melhoravam a aparência deles, dando-lhes refeições.
Havia leilões públicos de lotes de escravos e seus preços variavam conforme a demanda
ou a caracterização do grupo, ou seja, a força de trabalho escravo, antes de começar a produzir,
já rendia muito á Coroa Portuguesa.
Não deve haver dúvidas sobre a ênfase em relação à formação de vínculos entre
senhores e escravos, vínculos responsáveis até por uma certa colonização do português pelo
negro, e é indispensável reconhecer que ele nunca deixa de destacar o ambiente violento e
despótico que cercava estes vínculos. Na verdade, este ambiente é realçado e detalhado a tal
ponto, concretizando-se em torturas, estrupos, mutilações e, sobretudo na cotidiana redução da
vontade do cativo à do seu mestre, que não podemos deixar de nos perguntar sobre o efetivo
significado de uma sociedade assim dividida entre o despotismo e a confraternização, entre a
exploração e a intimidade.
De certa forma, os negros foram à alavanca do comércio inglês, abrindo mercados e
acumulando capitais com o lucro vindo pelo tráfico.
Os motivos que levam a Inglaterra ter interesse no tráfico de escravos é que obtêem
lucros no comércio de negros e que a fim desse comércio será de grande importância para a
implantação do sistema econômico que pretendem exportar para o Brasil - Império.
Sabendo que a Inglaterra foi o primeiro país a abolir a escravidão (1772) eles utilizaram
o trabalho escravos nas suas Colônias da América, além de escravizarem egípcios e hindus
durante muitos anos.
Em 1696, Portugal ensaia uma nova atividade no tráfico, mas perdido os franceses
controlam o tráfico de 1701 a 1713, pelo Tratado de Utrcht.
As guerras e invasões para capturar escravos geravam instabilidade e a perda da
população tinha efeitos econômicos negativos. De outro lado, o preço que os europeus pagavam pelos escravos, sempre em alta, significava lucro para mercadores e governantes africanos que
negociavam escravos.
As pressões inglesas para acabar com o tráfico negreiro a partir do fim do século XVIII
se intensificaram ano a ano. Os ingleses começaram a se importar com o conceito de igualdade
após 1750. Isso porque, para ampliar o mercado consumidor de seus produtos manufaturados,
era necessário multiplicar também o número de trabalhadores.
A Inglaterra queria o fim do tráfico, devido à concorrência do açúcar brasileiro com o
produzido nas Antilhas.
As pressões da Inglaterra para que pusesse fim ao tráfico chocaram-se contra os
interesses dos escravistas. Estes, fazendeiros ou traficantes, argumentando que a influência da
Inglaterra lesava a soberania nacional, conseguiu propagar um forte sentimento antibritânico,
que se difundiu pelas camadas populares.
Mas o tráfico continuou, e a Inglaterra não desistiu. Sentindo-se prejudicado por
medidas protecionistas tomadas pelo Governo imperial, promulgou em 1845, o Bill Aberdeen.
Essa lei equiparava o tráfico negreiro à pirataria, dando a marinha o direito de
apresentar os navios negreiros que encontrasse.
Os ingleses invadiram portos brasileiros, afundaram navios, incendiaram tumbeiros em
alto-mar, mataram marinheiros portugueses e jogavam os negros às águas.
Os ingleses foram condenados por essas atribulações, mas estavam amparadas por um
documento assinado em 1810. A finalidade do documento era em acabar com o tráfico e abrir o
campo para a repressão inglesa.
Os acontecimentos políticos obrigam a corte a voltar para Lisboa em 11821 e em 1822 o
Brasil proclama sua independente.
Em 1826, para reconhecer a independência, exigiu que o tráfico cessasse até 1830.
Como esta medida não foi adotada, passou a pressionar o governo. Por isso, em 07 de
Novembro de 1831, foi promulgado a primeira lei proibindo o tráfico negreiro. Essa lei tornava
livres todos os negros vindo da África, e ilegal o comércio de escravos. Mas não só não
comprida como o tráfico aumentou.
Por isso, em Agosto de 1845, o parlamento inglês aprovou numa lei (Bill Aberdeen),
que declarava ilegal o tráfico de escravos africanos e determinava que seus infratores fossem
julgados pelos tribunais da marinha inglesa. Isso quer dizer que, de 1845 a 1852, os ingleses
capturaram e afundaram 105 navios nas costas brasileiras.
A Inglaterra estava gastando muito com as esquadras que perseguiam os traficantes. Na
verdade todo o sentimento humanitário dos ingleses em favor da abolição pesava bem pouco.
Em 1826, criou-se uma barreira de intolerância aos ingleses. Brasil criou uma barreira
de medo e ódio, porque, havendo o fim do tráfico, os ingleses dominariam o Brasil, como
dominaram Portugal. Mas, os ingleses sofriam com a oposição interna dos poderosos industriais
exportadores do norte, além de perderem com a baixa nas exportações.
Dessa maneira, a Inglaterra vai obrigar o Brasil a tornar o único caminho capaz de
enfrentar o seu imperialismo, quando decide que o tráfico não pode continuar.
A luta inglesa pelo fim do tráfico vai levar o Estado brasileiro à modernização.
Em 1850, a lei Eusébio de Queirós proibiu o tráfico de escravos. Como houvesse muito
contrabando de escravos, em 1854 a lei Nabuco de Araújo criou uma fiscalização mais severa e
estabeleceu pesadas penas aos traficantes.
O fim do tráfico vai levar o Império, as fazer as pazes com a Inglaterra, onde surgirão
relações com o capitalismo inglês, que permitirá uma modernização do país, aumentando o grau
de dependência ao seu imperialismo.
Em 1850, a Lei Eusébio proibiu o tráfico negreiro. Com o preço dos escravos subindo,
os produtores foram obrigados a encontrar alternativas mais baratas.
A eliminação do tráfico não modificou a estrutura da escravidão, mudou apenas a forma
de abastecimento, dando incentivo ao comércio interno.
É dessa maneira que se afirma que o tráfico acabou, mas a escravidão continua.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
pow eu a doreia a pintua é uma boa fotos vw !!!!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirIndependente de leis que se efetivaram durante o processo, no qual se desenrolou a escravidão, foi a falta de planejamento e preocupação de como incluir uma massa de libertos numa sociedade branca, que resultou num legado infame. A sociedade competitiva que olhava (olha) o negro, embora livre, como um ser inferior - sem cidadania - não mudou seus paradigmas culturais legados desde o Brasil Colônia. Foram 400 anos de servilismo e castigos. Este passado é muito perceptível num país onde a desigualdade "salta aos olhos".Carlos Roberto da Costa Leite / Coordenador do Setor de Imprensa do MUSECOM.
ResponderExcluir